Ver o invisível é fazer aparecer as experiências de imagens presentes em paixões e desejos. Esses sentimentos estão velados em mundos de sombras e indefinições das almas humanas. Nasce daí o olhar poético que ilumina outros modos de ver a vida em ação.
Não é fugir do mundo, devanear; nem menosprezar o valor dos saberes explicativos da realidade sensível... é contemplar... é traçar outras linhas possíveis no domínio da certezas conduzidas pelos caminhos objetivos dos demais saberes.
A poesia está no mundo e fala de tudo que nele existe, revelando as faces mais ocultas, interioridades, intimidades, nem de longe imaginadas por outras linguagens.
Ver o sensível pelo olhar poético é mais do que ver o que é visto no desenho dos conceitos. O sensível na poesia é abstração sem ser ilusão, pois há imagens nesse olhar solidificando ações associadas a choros, risos, encantamentos, gestos suaves de carinhos ou de embravecida aversão.
“O essencial é invisível aos olhos”... Essa invisibilidade existe porque o essencial se oculta no particular, na emoção individual resultante de experiências únicas vividas no universo social. Cultivando olhar poético podemos colher, identificar e revelar esse invisível porque ele vem da intimidade da alma e é construído de emoções, anseios e sonhos.