Insumos - Atividade 3: Tudo o que é poesia...- Módulo 3: Semeando

 



Tudo que é poesia, mancha o ar...


As vezes o sinal sonoro de mensagem do whats parece estar gritando veja! Pior quando chegam várias ao mesmo tempo querendo atenção... Quando nossa curiosidade pouco resistente sucumbe, nos deparamos com imagens fúteis e sem importância carregadas de um discutível humor... No meio dessa gritaria uma dúvida, o que vamos fazer quando algo realmente importante precisa ser visto?

Além disso, a gritaria se retroalimenta, as pessoas replicam por que não tem algo importante para ser dito... mas, porque querem ser ouvidas.

Eis que a poesia pode se manifestar. Não que a poesia não possa gritar, com certeza ela pode. E deve, quando necessário. Mas é na sutileza, na opinião humilde daquilo que você tem a dizer que o fazer poético se torna necessário.

A sutileza não está no caminho do irracionalismo moderno. Precisamos resgatar algo mais, algo que traga um equilíbrio para a nossa humanidade. Não estou dizendo que o racionalismo é algo ruim, estou dizendo que não conseguimos ver o quanto o lado fora do racionalismo também pode ser importante.

Esse irracionalismo não significa a extinção da lógica e da razão, mas do equilíbrio com as emoções e sentimentos, na formação de um pensamento crítico e humano. A poesia, por ser em essência essa grande representação dos sentidos e do abstrato, pode ser um dos caminhos para se equilibrar essa balança da vida.

A poesia como o “resto” humano

Há quem espere que a poesia seja como os manuais. Tenha uma função explícita, esteja lá passo a passo. Sem contravenção, sem frutificação, sem denúncia, sem terapia.

Nenhum gráfico ou pesquisa consegue retratar toda a complexidade do ser humano, sempre sobra um resto que só pode ser endereçado pela arte, pela poesia.

Há quem ache que escrever poesia apenas por frutificação depois de uma guerra, de uma enchente, seria uma continuação da barbárie. Na minha visão, a poesia é o puro sumo do resto humano. E é por ela, quase que exclusivamente por ela, que nos reergueremos de momentos como a enchente ou pandemia. Dar uma função para a poesia, por mais nobre que ela seja, por entretenimento, denúncia ou relato, é destruir o que a poesia é e reduzir o que ela pode ser.